O que será dos idosos se a longevidade aumenta e não tem estrutura para eles?
Brasil terá onda de ‘’Idosos de Rua,’’ alerta especialistas
A formulação de políticas públicas para enfrentar o envelhecimento, populacional é discussão recente no Brasil. Surgiu nos anos 90, primeiro coma política nacional do idoso . Nessa época, poucos geriatras foram formados. Mais tarde, com o Estatuto do idosde2003, e a presença crescente de pessoas mais velhas nos consultórios, o interesse de jovens médicos pela Geriatria aumentou.
Mesmo assim, o Brasil só possui 744 geriatras. Desse total, somente 50% a 60% delas tem condições de formar novos especialistas, estima a ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Elisa Franco de Assis Costa As vagas de Residência médica nessa área também são restritas, chegando a 60% por ano, das quais 40% a 45% em São Paulo. As regiões Norte, ,Nordeste e Centro –Oeste juntas só oferecem 11 vagas aos interessados em Geriatria .
João Batista de Medeiros – que atua como gerontólogo social, especialista em atendimento social e psicológico do idoso - previu, no debate da CAS, que no Brasil será o sexto país do mundo dentro de 20 ou 30 anos. Ele citou trabalho do presidente da Associação Internacional de gerontologia, Renato Maia Guimarães, segundo o qual ‘’se não forem adotadas providências urgentes em favor da valorização dos idosos, teremos idosos na rua .’’
Ao apresentar a projeção do Instituto Brasileiro de geografia Estatística (IBGE) de 32 milhões de idosos em 2025, a professora de psiquiatria da Universidade de Brasília Maria Alice Toledo se disse ‘’impressionada e chocada’’com a redução da dotação orçamentária para o atendimento aos idosos maiores de 60 anos.
Ela também alertou para a ‘’evolução exponencial’ do mal de Alzheimer, doença degenerativa que afeta a memória. A psiquiatra lamentou o alto custo do exame de dosagem de vitamina B 12 para detectar a doença, que acaba ficando restrito a família com situação financeira estável.
Segundo a psiquiatra, o Brasil tem hoje 74 centros de referência do idoso, o que considera um avanço mas ainda insuficiente para atender à demanda crescente.
Fonte de pesquisa: Jornal do senado pág. 7
Brasília, 01 a 07 de junho de 2009